"Delilah Green não quer saber" de Ashley Herring Blake
3.5/5 ⭐⭐⭐

Este livro seria um excelente argumento de cinema. Consigo imaginar este filme a sair durante o verão e a ser daquelas comédias românticas que nos deixa com um "quentinho" no coração e que nos dão esperança que o amor ainda existe. Em livro, para mim, não funcionou tão bem porque espero sempre mais profundidade em livros que filmes.
Este livro conta a história de Delilah, ela é uma rapariga rebelde que fugiu da cidade-natal para se afastar das memórias de uma infância que a marcou negativamente. Tenta ter relações fugazes e nunca deixa ninguém realmente entrar no seu coração com medo de sair magoada. Mas quando volta a Bright Falls para fotografar o casamento da irmã, acaba por ter que enfrentar todos os demónios do passado ao lado de Claire, uma amiga da irmã que se une a Delilah para que, juntas, possam tentar impedir o casamento com o noivo horrível de Astrid. Mas durante a aventura, o coração começa a ceder...
Gostei muito da relação da Delilah e a filha de Claire e do romance entre as duas, que acabou por ser mais doce e cuidado do que esperava. Sendo uma mulher heterossexual, não me fez confusão nenhuma ler um romance sáfico, e até acho importante haver romances deste género. Gostei ainda do quanto este livro mostra que muitas vezes as memórias que temos do passado têm dois lados, e que temos que enfrentar alguns desses fantasmas para abrir novas portas e aceitar um futuro em paz. Todas as personagens acabam por ter uma evolução ao longo do livro, e isso traz um final satisfatório.
Contudo, não gostei da forma "vulgar" com que as personagens falam sobre sexo. Querem tanto normalizar a linguagem sexual entre mulheres e mostrar que não existe tabus, que acabam por tornar o discurso grosseiro. E eu pessoalmente não gosto deste tipo de discurso em nenhuma pessoa.
Não gostei particularmente do facto da Delilah estar constantemente a queixar-se de que todas as pessoas são injustas com ela, quando na verdade é ela quem é má e arrogante com as pessoas à sua volta. Também não gostei que as melhores amigas não fossem capaz de ser sinceras com a amiga que ia casar, e em vez disso andaram a fazer partidas e a arruinar o noivado de forma infantil e na pior altura possível. Se não se aperceberam antes do erro que a amiga estava a cometer (na perspectiva delas), deviam ter deixado a amiga casar sem causar dramas nos dias antes do casamento.
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