"Vicioso" de V.E. Schwab
4/5 ⭐⭐⭐⭐

Os fãs de V.E. Schwab já estarão à espera de algo inovador e muito psicológico e este não é excepção. Com uma escrita extremamente cuidada, V.E. Schwab trás-nos mais uma vez que um livro provocador e com passagens entre o passado e o presente e que nos faz encaixar a história à medida que o lemos. A escrita dela "obriga-nos" a não parar, a tornar-nos quase obcecados para saber mais sobre as personagens, a querer continuar a história. Sentimo-nos atraídos pelas personagens mesmo sem gostar delas.
O livro conta a história de Victor e Eli, dois amigos estudantes de medicina na faculdade e extremamente talentosos. Quando Eli escolhe o tema "pessoas extraordinárias" para a sua tese, os dois começam a ficar cada vez mais fascinados e até obcecados com a ideia de poder ser verdade criar pessoas com capacidades sobrenaturais, e juntas tentam. E são bem sucedidos. Só que com as novas capacidades vem também uma sede de poder e de impunidade cada vez maior, e a experiência fe-los sentir que uma parte deles já não existe, quase como se tivesse sido uma troca com o diabo, levando-os a tomar atitudes questionáveis e cada vez mais em confronto um com o outro.
Este livro aborda imenso os princípios morais, em que se transforma uma pessoa quando deixa de ter medo da dor, ou medo de morrer? Em que se transforma a pessoa quando se sente mais poderosa ou especial do que todos os outros?
É um livro sobre heróis e vilões, mas não sabemos onde encaixar cada personagem. Aborda ainda a questão da competição entre duas pessoas extremamente inteligentes e ambiciosas, e a forma como a admiração depressa passa a obsessão. Refere crenças e extremismos. É um livro tão profundo como a autora já nos habituou.
Perfeito para quem gostou de "Seis de Atlas" mas achou que lhe faltava alguma acção. E um livro bom para quem gostou da parte mais realista e cruel da série "The boys", ainda que o livro não seja tão agressivo quanto a série, é mais psicológico.
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